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II Seminário MP de Contas e Sociedade reúne e qualifica cerca de 400 pessoas - 17/04/2023
comunidade jurídica e da academia, sobre a perspectiva da política fiscal no país e de seus reflexos na execução de políticas públicas voltadas à sociedade, foi o objetivo do II Seminário MP de Contas e Sociedade, que aconteceu nos dias 13 e 14, no Teatro Maia Sylvia Nunes, na Estação das Docas.
Com o tema central “Federalismo e Renúncia Fiscal”, o evento realizado pelo Ministério Público de Contas do Estado do Pará (MPC-PA) reuniu cerca de 400 participantes, que puderam acompanhar discussões sobre federalismo fiscal, desenvolvimento amazônico, controle externo, guerra fiscal, administração pública, políticas públicas e arrecadação tributária.
Na abertura oficial do evento, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, destacou a importância do “reconhecimento de agendas em torno da responsabilidade fiscal e da qualidade do gasto público”. O segundo dia de debates iniciou com a apresentação do presidente do Instituto Rui Barbosa (IRB), Edilberto Pontes, que apresentou instrumentos teóricos para explicar a importância do federalismo e de sua ligação com o controle externo.
Já o procurador-geral do MPC-PA, Patrick Bezerra Mesquita, destacou a saúde fiscal e tributária do Estado do Pará, mas ponderou que a guerra fiscal entre os entes federativos “provoca distorções econômicas no desenvolvimento dos estados, especialmente nos que estão localizados nas regiões mais periféricas do Brasil”. Sobre esse aspecto, segundo Mesquita, “as renúncias fiscais constituídas ao Pará precisam ser discutidas e checadas, para termos certeza do seu retorno em benefícios para o desenvolvimento da sociedade paraense”.
A professora e procuradora federal, Lise Tupiassu, encerrou a manhã de debates apresentando dados acerca da diferença do favorecimento fiscal frente ao desenvolvimento dos estados brasileiros da Região Sul, em relação aos estados da Região Norte. “Infelizmente, diante dos dados apresentados, historicamente existe a manutenção de uma desigualdade inter-regional. Precisamos repensar o modelo, entender as necessidades locais para estruturar algo capaz de compatibilizá-las com a estrutura federativa, algo que não vem sendo feito”, afirmou.
As discussões da tarde iniciaram com a apresentação online do tema “Controle da Inibição da Arrecadação Tributária”, com a participação da procuradora do MPC-SP, Élida Graziane Pinto, no qual ela demonstrou a dissonância entre o objetivo do resultado ideal da renúncia tributária e o gasto real para o orçamento estadual como, por exemplo, na área da saúde, onde, segunda ela, “as renúncias fiscais dadas às empresas de saúde privadas correspondem a mais de 40% do piso federal no setor”, explicou.
Em sua apresentação, o professor Fernando Facury Scaff abordou o tema “Questões Atuais do Federalismo Fiscal”. Nesse sentido, segundo ele, “tributos são para pagar as dívidas de obras. Os estados não crescem com maior arrecadação. Atrelar tudo ao Federal faz os estados perderam a autonomia, impactando no federalismo, impactando na arrecadação. É preciso respeitar as diferenças e combater as desigualdades entre os estados”, frisou.
O professor Celso de Barros Correia Neto, em sua apresentação, destacou que momento atual em torno do debate sobre a reforma tributária “pode oferecer uma oportunidade para que o modelo federativo fiscal seja repensado, pois o atual modelo praticado no Brasil atente a uma classe restrita de contribuintes ou atividade econômica”, frisou.
Responsável pelo encerramento do Seminário, o ministro do TCU, Antônio Anastasia, ratificou a importância de promover esse debate quando as atenções do mundo se voltam para a Região Amazônica, “pois a desigualdade regional no Brasil é grave e precisa ser debatida, especialmente no que se refere à eficiência da Administração Pública, do controle externo e de políticas públicas”.
Anastasia falou, ainda, de sua satisfação em participar do evento. “Fico muito satisfeito em ter recebido o convite para o Seminário e cumprimento o MP de Contas do Pará pela iniciativa. Estaremos sempre às ordens para debater assuntos em prol do desenvolvimento do Brasil e do combate às desigualdades regionais”, concluiu.
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